Sugestões de Leitura

Sugestão de Leitura - mês de feveriro de 2023

Gosto, Logo Existo

Nuno Costa, professor de Português

O livro de Isabel Meira Bernardo Carvalho é dirigido a jovens e a todos aqueles que se inquietam com as fake news, com o fenómeno das redes sociais, com os likes, a “pegada digital”, o uso excessivo dos telemóveis, os rumores, os boatos. A autora sublinha a importância de voltamos a pensar na famosa frase socrática “só sei que nada sei”, para, humildemente, reconhecermos que ninguém sabe o suficiente sobre um determinado assunto e que o importante é ter disponibilidade para construir conhecimento, para nos questionarmos, duvidarmos, refletirmos e, desta forma, desenvolvermos o pensamento crítico que é a nossa ferramenta mais valiosa para alcançar um conhecimento mais profundo sobre a realidade em que vivemos e assim compreender a verdade (ou as várias verdades) que nos acompanha(m) ao longo da vida.

Gosto, Logo Existo - Isabel Meira, Bernardo P. Carvalho ...

A pandemia na literatura | retratos intemporais e preditores
A literatura tem o dom de antecipar eventos, de criar enredos que nos parecem inverosímeis e que nos prendem, nos cativam, pelo poder da palavra. Contudo, a sociedade tem-nos mostrado ao longo do tempo que as piores predições se podem transformar nos nossos piores pesadelos. A situação atual levou-nos a fazer a compilação de algumas obras que mostram isso mesmo. Estas sugestões poderão ser pistas de leitura interessantes para todos os que gostam de ler.

 

Na manhã de um dia 16 de abril dos anos de 1940, o doutor Bernard Rieux sai do seu consultório e tropeça num rato morto. Este é o primeiro sinal de uma epidemia de peste que em breve toma conta de toda a cidade de Orão, na Argélia. Sujeita a quarentena, esta torna-se um território irrespirável e os seus habitantes são conduzidos até estados de sofrimento, de loucura, mas também de compaixão de proporções desmedidas.
Uma história arrebatadora sobre o horror, a sobrevivência e a resiliência do ser humano, A Peste é uma parábola de ressonância intemporal, um romance magistralmente construído, que, publicado originalmente em 1947, consagrou em definitivo Albert Camus como um dos autores fundamentais da literatura moderna.

O Sol já brilha no céu, dando ao cinzento do mar o seu tom avermelhado. Os abutres secam as asas ao vento. Cheira a queimado. O dilúvio seco, uma praga criada em laboratório pelo homem, exterminou a humanidade. Mas duas mulheres sobreviveram: Ren, uma dançarina de varão, e Toby, que do alto do seu jardim no terraço observa e escuta. Está aí mais alguém? Um livro visionário, profético, de dimensões bíblicas, que põe a nu o mais ridículo e o mais sublime do ser humano, a nossa capacidade para a destruição e para a esperança. Negro, terno, inquietante, violento e hilariante, revela Margaret Atwood no seu melhor.
   
                                             



Robin Cook, Pandemia

Bem-vindos ao incrível mundo da modificação genética e do mercado de órgãos…
Quando uma jovem anónima, aparentemente saudável, perde os sentidos no metro de Nova Iorque e morre ao chegar ao hospital, Jack Stapleton, o médico-legista, encontra semelhanças inquietantes entre este caso e a gripe de 1918. Temendo uma repetição da fatídica pandemia ocorrido há um século, Jack faz a autópsia poucas horas depois da morte da mulher e descobre anomalias estranhíssimas: em primeiro lugar, ela tinha sido submetida a um transplante do coração, em segundo, o seu ADN corresponde ao do coração transplantado.
Contudo, os factos não apontam para o vírus da gripe, e Jack vê-se envolvido numa corrida contra o tempo para determinar que tipo de vírus poderia provocar aquela morte, uma tarefa que se torna mais urgente quando outras duas vítimas sucumbem de forma idêntica. Mas nada faz sentido até a investigação o conduzir ao mundo fascinante do CRISPR/CAS9, uma biotecnologia de edição de genes que conquistou a comunidade médica… e a atenção dos seus membros menos escrupulosos. Arrastado para o submundo do mercado de transplante de órgãos, Jack depara-se com um homem de negócios megalómano disposto a arriscar vidas humanas para poder conquistar uma nova e lucrativa fronteira da medicina. E, se Jack não tiver cuidado, a próxima vida sacrificada pode muito bem vir a ser a sua.                            

Alexandra Oliva, Sobrevive

No começo, eram doze.
Quando Zoo aceitou participar num programa de televisão, ela julgava que se tratava de um reality show. Sabia que ia ser testada até aos seus limites para bater os outros onze concorrentes em provas de sobrevivência, mas achou que valeria a pena. Depois das câmaras e dos desafios voltaria para casa, para formar uma família. Mas o jogo parece não ter fim.
Conforme os concorrentes vão quebrando, física ou psicologicamente, Zoo começa a questionar-se sobre a crescente dificuldade das provas. Pouco depois, dá por si sozinha. Todos os outros concorrentes desaparecem. As cidades vazias, os cenários grotescos. Porque é que o programa não acaba? Descobrir a verdade é o princípio. O que estará a acontecer longe do olhar das câmaras? Zoo precisa de descobrir, e, acima de tudo, precisa de encontrar o caminho para casa de forma a retomar uma vida interrompida.
No "calor demolidor da Newark equatorial" grassa uma epidemia aterradora que ameaça de mutilação, paralisia, incapacidade irreversível e mesmo de morte as crianças da Nova Jérsia. É este o tema surpreendente e lancinante do novo livro de Roth: uma epidemia de poliomielite em tempo de guerra, no verão de 1944, e o efeito que tem sobre uma comunidade de Newark, coesa e assente nos valores da família, e nomeadamente sobre as suas crianças.

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Autor de várias obras adaptadas ao cinema (Parque Jurássico ou esta), em Congo desenvolve-se um obra verdadeiramente empolgante onde as conquistas cientificas e os interesses de duas grandes potências envolvem um jovem etólogo, uma cientista determinada, um consórcio euro-japonês e um gorila que fala. Tudo isto no coração do Congo, onde as lutas tribais, o canibalismo, as catástrofes naturais e as feras vão exigir dos exploradores algo mais do que persistência e coragem..

Tão actual como as notícias de primeira página dos nossos dias, o mais arrojado dos romances de Michael Crichton conta-nos a história de uma epidemia mecânica e dos esforços desesperados de um grupo de cientistas para a travar. Inspirado nos mais recentes factos científicos, "Presas" leva-nos aos novos universos da nanotecnologia e da inteligência artificial - numa história de intenso suspense, "Presas" é um romance que não se pode largar, é que... o tempo está a esgotar-se...

Um romance ousado em torno de um acontecimento que abalou o mundo, Estação Onze conta-nos a cativante história de um grupo de pessoas que arriscam tudo em nome da arte e da sociedade humana. Kirsten Raymonde nunca conseguiu esquecer a noite em que Arthur Leander, um ator famoso, morre no palco quando representava O Rei Lear. Foi nessa fatídica noite que teve início uma pandemia de gripe que veio a destruir, quase por completo, a humanidade. 20 anos depois, Kirsten é uma atriz de uma pequena trupe que se desloca por entre as comunidades dispersas de sobreviventes a representar peças de Shakespeare e a tocar música. No entanto, tudo irá mudar quando a trupe chega a St. Deborah by the Water. 
Abrangendo várias décadas e retratando de forma fulgurante a vida antes e depois da pandemia de gripe, este romance repleto de suspense e emoção confronta-nos com os estranhos acasos do destino que ligam os seus personagens. Estação Onze fala-nos das relações que nos sustentam, da natureza efémera da fama e da beleza do mundo tal como o conhecemos. - Vencedor do Arthur C. Clarke Award - Finalista do National Book Award - Finalista do PEN/Faulkner Award.
O Sol já brilha no céu, dando ao cinzento do mar o seu tom avermelhado. Os abutres secam as asas ao vento. Cheira a queimado. O dilúvio seco, uma praga criada em laboratório pelo homem, exterminou a humanidade. Mas duas mulheres sobreviveram: Ren, uma dançarina de varão, e Toby, que do alto do seu jardim no terraço observa e escuta. Está aí mais alguém? Um livro visionário, profético, de dimensões bíblicas, que põe a nu o mais ridículo e o mais sublime do ser humano, a nossa capacidade para a destruição e para a esperança. Negro, terno, inquietante, violento e hilariante, revela Margaret Atwood no seu melhor.







Todos Devemos ser Feministas


Texto de Chimamanda Ngozi Adichie, ilustrações de Leire Salaberria (Dom Quixote). 
Obrigatória na biblioteca, esta é a versão infantil do famoso ensaio onde Chimamanda Ngozi Adichie conta, na primeira pessoa, como se tornou uma “feminista feliz africana que não odeia homens” (definição encontrada para contrariar todas as ideias feitas do que é uma feminista). A partir de episódios reais e da sua vida na Nigéria, a escritora mostra como “a questão de género é importante em todo o mundo” e defende com paixão que podemos melhorá-la e educar filhas e filhos para serem feministas, realçando não o seu género mas os seus talentos e interesses. Para quem conhece o original, está cá tudo. É como ler os livros amarelos da Europa-América, mas com direito a dezenas de ilustrações belíssimas.





Posso Cheirar-te o Rabo?

Texto de Nick Crumpton, ilustrações de Lily Snowden-Fine (Bizâncio).
Antes de chegarmos às letras mais pequenas, já o título nos fez rir. Posso Cheirar-te o Rabo? – Porque é que os cães cheiram o rabo uns dos outros e outras questões curiosas sobre o teu animal preferido é o que se pode chamar o grande livro dos cães, escrito com a mesma vivacidade que encontramos no próprio tema de estudo. Originalmente publicada pela Thames & Hudson, a obra está recheada de curiosidades e belamente ilustrada, com textos curtos que mostram como o cão passou de animal selvagem a doméstico, por exemplo, ou porque gosta tanto de roer ossos. Pelo meio, há também espaço para formatos originais, desde um tradutor dos movimentos e da posição da cauda, a um jornal – ou melhor, uma “publicão” –, com vários heróis caninos ao longo da história.

A revolução dos bichos, de George Orwell
A revolução dos bichos, de George Orwell


Em tempos politicamente cada vez mais conturbados, vale ler novamente A revolução dos bichos, um clássico escrito por George Orwell. A fábula que foi publicada em 1945 permanece atual até os dias de hoje e a sua leitura nos faz embarcar em um mundo paralelo que, ao contrário do que possa parecer a primeira vista, tem muito a ver com o nosso. A história se passa na Granja do Solar, onde uma série de bichos se reúne para fazer uma revolução. São galinhas, pombas, cachorros, cavalos, vacas, cabras, burros e ovelhas que possuem características humanas. Liderados pelos porcos - considerados os mais inteligentes do grupo -, os animais desejam dar fim à exploração feita pelo senhor Jones, o dono da quinta: A leitura de A revolução dos bichos é repleta de humor e nos faz pensar sobre a nossa própria sociedade, o sistema de trabalho, as condições de vida, a desigualdade. Apesar de a narrativa ser construída como uma fábula e protagonizada por bichos, A revolução dos bichos aborda essencialmente a condição humana e a tendência de oprimirmos (ou sermos oprimidos). Recomendamos a leitura porque acreditamos que a obra-prima de George Orwell pode ser um excelente pontapé inicial para começarmos o ano instigando uma severa crítica social. A revolução dos bichos encontra-se disponível para download gratuito em formato pdf..


À Procura de Ontem


De Alison Jay (Fábula). Idade: +6
Um menino deseja regressar ao dia anterior depois de constatar que “ontem foi o melhor dia de sempre. Quem me dera voltar a fazer tudo outra vez.” À procura de uma solução, vai pedir ajuda ao avô, que acaba por agarrar no álbum de fotografias, não para embarcar também numa viagem ao passado, mas para lhe mostrar que no futuro ainda virão muitos dias felizes. Um livro sobre viver plenamente o presente que consegue não usar as expressões mindfulness nem carpe diem – e por isso um bem-haja à britânica Alison Jay – e que, para além de ser ilustrado ao estilo surrealista de Hieronymus Bosch, abre com os versos sempre atuais de Walt Whitman: “Felicidade, não noutro lugar, mas neste lugar… não noutra hora, mas nesta hora.” Aqui e agora: amen.

Perdidos e Achados
De Emily Rand (Orfeu Negro). Idade: +3
Uma menina perde o urso de peluche na estação de comboios e fica inconsolável. Este é o pretexto para a viagem inesperada que Emily Rand nos oferece… à secção dos Perdidos e Achados. Mais do que um sítio deprimente onde (des)esperam objetos abandonados, trata-se, pelas mãos da autora, de um local fascinante com longos corredores onde mora “toda a espécie de objetos estranhos e maravilhosos”. Tentar encontrá-los e imaginar de quem seriam é, só por si, uma história.


O Muro no Meio do Livro


De Jon Agee (Nuvem de Letras). Idade: +3
Este livro foi dividido ao meio e no lugar da lombada tem um muro. De um lado – página da esquerda – tudo é seguro. Do outro – página da direita – existem muitos perigos à espreita. Mas será mesmo assim? Jon Agee usa o humor para levantar a dúvida e assim lutar contra os muros que continuam a existir e que impedem que se descubram coisas novas e fantásticas.


Endireita-te


De Rémi Courgeon (Orfeu Negro). 
Num formato diferente do habitual, Endireita-te é um livro alto e que parece ter sido esticado. Afinal, é isso que estão sempre a dizer à jovem protagonista Adjoa, ensinada, desde criança, a transportar coisas na cabeça. “Quanto mais ela cresce, mais pesadas são”, recorda a protagonista ao fim de muitas latas, cabaças, baldes e jerricãs equilibrados no cocuruto. A história passa-se num cenário poucas vezes mostrado na literatura infantil ocidental – Djougou, uma das maiores cidades de Benin – e é um olhar inesperado e arrebatador sobre a cultura africana.

Coleção Akiparla: a Força da Palavra

De Malala Yousafzai, Si’ahl / Ted Perry, Severn Cullis-Suzuki, José Mujica (Akiara). 
São quatro discursos reais, numa nova coleção pensada para mostrar o enorme poder da palavra aos adolescentes. Discursos inspiradores, numa edição cuidada em que cada texto é comentado e acompanhado por uma contextualização histórica. Batizada de Akiparla – derivação do nome da editora Akiara – a nova coleção tem uma identidade gráfica própria, com cada volume ilustrado numa cor forte sobre papel kraft. Os quatro primeiros títulos foram escolhidos para abordar diferentes questões do mundo contemporâneo, dos direitos humanos à ecologia, e para mostrar verdadeirosinfluencers. São eles: Malala Yousafzai (A minha história é a história de muitas raparigas), Si’ahl / Ted Perry (Cada pedaço desta terra é sagrado para o meu povo), Severn Cullis-Suzuki (Que as vossas ações reflitam as vossas palavras) e o antigo presidente do Uruguai, José Mujica (Sou do Sul, venho do Sul. Esquina do Atlântico com o rio da Prata).


O Jaime é uma Sereia de Jessica Love (Fábula) Idade: +6

E eis a obra que ganhou o Prémio Opera Prima (obra prima) na última feira de livro infantil de Bolonha, a mais importante do setor. Título de estreia da nova-iorquina Jessica Love, O Jaime é Uma Sereia conta a história de um menino que fica maravilhado com três mulheres vestidas de sereia que vê no metro e conta à avó que quer ser como elas. Num estilo visual ao mesmo tempo poético e exuberante, mergulhamos, com o protagonista, num livro que celebra a individualidade e o amor incondicional.
Os Meus Primeiros Heróis Artistas + Os Meus Primeiros Heróis Cientistas de e Nyla Aye (Nuvem de Letras). Idade: +2
Nesta nova coleção, dedicada aos leitores em idade pré-escolar, a ideia é descobrir pessoas incríveis de uma forma divertida. Manipulando mecanismos próprios, as imagens mexem e os feitos tornam-se ainda mais notáveis. Que o diga Isaac Newton, em cuja cabeça conseguimos fazer cair uma maçã, mas também Rosalind Franklin, Zhang Heng e Marie Curie (Os Meus Primeiros Heróis Cientistas) ou ainda Artemisia Gentileschi, Andy Warhol, Vincent Van Gogh e Frida Kahlo (Os Meus Primeiros Heróis Artistas).

Serei Sempre o Teu Abrigo de Valter Hugo Mãe (Porto Editora) Idade: +8

Num regresso à literatura infantil, em Serei Sempre o Teu Abrigo Valter Hugo Mãe escreve uma espécie de carta de amor aos mais velhos, a quem chama de heróis. O escritor imaginou esta história depois de a mãe ter sido operada “de peito aberto”, e é assim mesmo que ela começa, quando o narrador recorda o dia em que a avó “trocou o coração por um eletrodoméstico” e o mudaram para uma “maquineta esperta”. Saberá a avó continuar a amar depois de uma coisa destas? E será a mesma? Um livro com as emoções à flor da página e carregado de ternura.




Quem Come o Quê? + Quem Vive Onde?

Texto de Rui Zink, ilustrações de Paula Delecave (Porto Editora) Idade: +6

Um avô começa a perder a memória e o neto decide inventar uma maneira de o ajudar. É desta forma – e com muita sensibilidade – que Rui Zink decide falar do Alzheimer, “uma das doenças do século XXI”, como escreve numa nota final dirigida aos pais. O Avô Tem uma Borracha na Cabeça é feito das próprias memórias de infância dos autores, num estilo visual ele próprio nostálgico, graças às colagens e ilustrações onde Paula Delecave inclui desenhos e fotografias de criança. Um tema pesado exemplarmente trabalhado no registo infantil e que, ao contrário do que acontece na história, não se esquece.

O Bando De Gemma Koomen (Fábula). 
Na sua estreia na literatura infantil, a ilustradora inglesa Gemma Koomen apresenta-nos um conto encantado ao género de A Polegarzinha. Logo no início, o livro faz uma espécie de zoom sobre uma grande árvore onde moram os pequenos guardiões que “limpam os rebentos das plantas, apanham os frutos e recolhem o orvalho”. Zoom novamente e conhecemos Sílvia, uma dessas guardiãs e aquela que tem os hábitos mais solitários. Cada dupla página é um deleite para os olhos, com aguarelas cheias de pormenores e de um amor genuíno pela natureza. No final, fica uma história de seres pequeninos sobre temas grandes: a partilha, o respeito, a entreajuda e a amizade.

Se não fosse a dúvida, não seria uma história de amor.



Mário, um algarvio de Tavira a quem os reveses económicos da família levaram a trabalhar numa salina, vigia, durante dois dias, o céu e os sinais de uma chuva próxima enquanto espera pelo regresso da mulher. A ironia da vida surpreende-o, e ao procurar autenticar uma fantasia, descobre que o segredo é outro, bem mais doloroso, que o leva a pôr em causa o seu casamento com a mulher que sempre amou. Totalmente alheia aos tormentos inventados e reais pelos quais passou o seu marido, Irene chega no preciso momento em que começa a chover e urge colher a flor do sal antes que se estrague. A ternura de um abraço e a confirmação do amor que sentem um pelo outro, põem um ponto final numa história que não é mais do que isso mesmo, uma história.
Os doze contos deste livro transportam-nos para universos mágicos repletos de personagens invulgares: um conto que ninguém quer ler, uma meia vaidosa sem o seu par, um barco feito de chocolate que só pode ser comido por crianças enquanto viajam nele...


Com uma escrita clara e elegante, Cristina Norton, oferece-nos estas histórias que vão maravilhar, fazer rir e pensar. Autora de romances como O Afinador de Pianos, O Segredo da Bastarda e A Casa do Sal, tem dedicado à infância uma atenção particular através das suas oficinas de escrita criativa.














             


O 25 de Abril Contado às Crianças... e aos Outros
Livro com preocupações ecológicas.


O livro «Os Guardiões das Florestas» procura apelar e sensibilizar os mais jovens para a necessidade de se ter um comportamento responsável no âmbito das preocupações ecológicas, nomeadamente na proteção da floresta.















O dia 25 de Abril de1974 vale por si mesmo, ou seja, por aquilo que aconteceu nessas 24 horas históricas. Mas vale, principalmente, por aquilo com que acabou e por aquilo a que deu início.

E assim também começa este livro, especialmente escrito a pensar nos pequenos e jovens leitores, nos seus pais, nos seus familiares e nos seus amigos.










Uma Aventura na Terra e no Mar


Participar numa volta à Ria de Aveiro em bicicleta aliciou alunos e professores de muitas escolas. A cidade ficou a abarrotar de gente nova, houve festas divertidíssimas, e por uma vez na vida as gémeas até quiseram parecer diferentes. Chico ia ganhando a corrida mas na última volta viu-se ultrapassado pelo Gabriel, um rapaz cabo-verdiano muito simpático. Como bom desportista, Chico aceitou o segundo lugar. O que não aceitou foi limitar-se aos programas preparados pela organização. E assim, a meio da noite, desapareceu ele e o João. Para onde teriam ido? Os amigos ficaram em pânico quando descobriram que eles tinham partido para o alto mar.





O Teu Rosto Será o Último  Prémio Leya 2011
Tudo começa com um homem saindo de casa, armado, numa madrugada fria. Mas do que o move só saberemos quase no fim, por uma carta escrita de outro continente. Ou talvez nem aí. Parece, afinal, mais importante a história do doutor Augusto Mendes, o médico que o tratou quarenta anos antes, quando lho levaram ao consultório muito ferido. Ou do seu filho António, que fez duas comissões em África e conheceu a madrinha de guerra numa livraria. Ou mesmo do neto, Duarte, que um dia andou de bicicleta todo nu. Através de episódios aparentemente autónomos - e tendo como ponto de partida a Revolução de 1974 -, este romance constrói a história de uma família marcada pelos longos anos de ditadura, pela repressão política, pela guerra colonial. Duarte, cuja infância se desenrola já sob os auspícios de Abril, cresce envolto nessas memórias alheias - muitas vezes traumáticas, muitas vezes obscuras - que formam uma espécie de trama onde um qualquer segredo se esconde. Dotado de enorme talento, pianista precoce e prodigioso, afigura-se como o elemento capaz de suscitar todas as esperanças. Mas terá a sua arte essa capacidade redentora, ou revelar-se-á, ela própria, lugar propício a novos e inesperados conflitos?

O Tempo Entre Costuras



Livro recomendado para os 10º, 11º e 12º anos de escolaridade, destinado a leitura autónoma. Também recomendado para as Novas Oportunidades, destinado a leitura autónoma - Grau de Dificuldade III.


«O Tempo entre Costuras» é a história de Sira Quiroga, uma jovem modista empurrada pelo destino para um arriscado compromisso; sem aviso, os pespontos e alinhavos do seu ofício convertem-se na fachada para missões obscuras que a enleiam num mundo de glamour e paixões, riqueza e miséria mas também de vitórias e derrotas, de conspirações históricas e políticas, de espias. Um romance de ritmo imparável, costurado de encontros e desencontros, que nos transporta, em descrições fiéis, pelos cenários de uma Madrid pró-Alemanha, dos enclaves de Tânger e Tetuán e de uma Lisboa cosmopolita repleta de oportunistas e refugiados sem rumo.





Histórias que me contaste tu 
                                                                            
O Escaravelho contador de histórias, personagem deliciosa do imaginário de Manuel António Pina, volta a aparecer, não se sabe bem de onde (como sempre), para deixar mais uma mão cheia de contos envoltos num denso nevoeiro onde se confundem as personagens, a ordem cronológica e até as palavras. O escaravelho é, afinal, o “tu” que nos conta as histórias mais fantásticas, que aparece quando menos o esperamos, nos faz uma companhia tão boa ao contar-nos histórias que não imaginávamos possível serem histórias, e no fim se vai embora muito apressado, não nos dizendo sequer o seu nome. Guardamos a memória dele e das suas histórias, que mais tarde contaremos a alguém, para quem nos tornamos o “tu” contador de histórias...


O cavalinho de pau do Menino Jesus e outros contos de Natal

Livro recomendado pelo Plano Nacional de Leitura, para o 3º ano de escolaridade, destinado a leitura autónoma e leitura com apoio do professor ou dos pais.
 



Quando soube que o Menino Jesus tinha nascido, o Pai Natal ficou contentíssimo. Vestiu-se a correr, carregou o trenó com presentes e chamou as renas: "Dasher, Dancer, Dunder... Venham depressa!" Quando a Mãe Natal, que fora fazer compras, chegou a casa, o Pai Natal já tinha atrelado as renas e estava pronto para partir.

Como se desenha uma casa

Como se Desenha uma Casa é o mais recente livro 
de poesia de Manuel António Pina, galardoado com o Prémio Camões 2011.
Excerto
O regresso
«Como quem, vindo de países distantes fora de si,
chega finalmente aonde sempre esteve
e encontra tudo no seu lugar,
o passado no passado, o presente no presente, 
assim chega o viajante à tardia idade
em que se confundem ele e o caminho. 
Entra então pela primeira vez na sua casa
e deita-se pela primeira vez na sua cama. 
Para trás ficaram portos, ilhas, lembranças, 
cidades, estações do ano. 
E come agora por fim um pão primeiro
sem o sabor de palavras estrangeiras na boca.»



As nossas sugestões de leitura neste mês vão para a obra do escritor Manuel António Pina

Prémio Bissaya Barreto 2010
Prémio Camões 2011

NA BIBLIOTECA
O que não pode ser dito
guarda um silêncio
feito de primeiras palavras
diante do poema, que chega sempre demasiadamente tarde,
quando já a incerteza
e o medo se consomem
em metros alexandrinos.
Na biblioteca, em cada livro,
em cada página sobre si
recolhida, às horas mortas em que
a casa se recolheu também
virada para o lado de dentro,
as palavras dormem talvez,
sílaba a sílaba,
o sono cego que dormiram as coisas
antes da chegada dos deuses.
Aí, onde não alcançam nem o poeta
nem a leitura,
o poema está só.
‘E, incapaz de suportar sozinho a vida, canta.’

Área da Serviço

Neste conjunto de 18 narrativas por vezes estranhamente intrigantes, Fernando Pinto do Amaral percorre esse espectro de emoções e interroga os seus mistérios numa escrita intensa, em que lirismo e ironia se misturam para criar uma atmosfera cujas personagens se recortam num horizonte nem sempre realista, mas talvez apto a permitir-nos «a miragem de uma fuga ou a ilusão de um reencontro com uma verdade perdida».







As aventuras de Robinson Crusoé

O livro conta a história de Robinson Crusoé que era um jovem marinheiro inglês. Um dia decide seguir seu caminho e parte para uma aventura sem avisar ninguém, embarca em um navio. Como castigo do destino, seu navio é pego por uma tesmpestade e naufraga. Toda a tripulação morre, exceto pelo jovem Crusoé, encalhado naquela ilha do Caribe. Lá ele tem duas escolhas, se deixar levar pela maré ou lutar pela sua vida. Ele busca por mantimentos no navio naufragado. Constroe uma fortaleza de madeira na praia e uma outra casa, embrenhada na floresta, a qual chamava de "Casa de Campo", plantou cereais a partir de grãos que haviam no navio... .

Pequenas Mentirosas


Nunca confies numa menina bonita
Bisbilhotices é que não faltam no universo elegante de Rosewood. E todos - mas todos - escondem um segredo, sobretudo as jovens Spencer, Aria, Emily e Hanna.
Spencer cobiça o namorado da irmã. Aria tem um caso ilícito. Emily está apaixonada pela primeira vez. E Hanna faz o que for preciso para ser bonita.
Mas mais profundo e obscuro é o segredo terrível que as quatro amigas partilham - e que julgavam ter enterrado para sempre.
Então, alguém que se apresenta como «A» começa a enviar mensagens assustadoras às raparigas. De repente, todos os seus segredos - os pequenos, os grandes e os há muito esquecidos - deixam de o ser.
E nada - nem ninguém - está a salvo em Rosewood.







Uma paleógrafa é brutalmente assassinada na Biblioteca Vaticana quando consultava um dos mais antigos manuscritos da Bíblia, o Codex Vaticanus. A polícia italiana convoca o célebre historiador e criptanalista português, Tomás Noronha, e mostra-lhe uma estranha mensagem deixada pelo assassino ao lado do cadáver. A inspectora encarregada do caso é Valentina Ferro, uma beldade italiana que convence Tomás a ajuda-la no inquérito. Mas a sucessão de homicídios semelhantes noutros pontos do globo leva os dois investigadores a suspeitarem de que as vítimas estariam envolvidas em algo que as transcendia. Na busca da solução para os crimes, Tomás e Valentina põem-se no trilho dos enigmas da Bíblia, uma demanda que os conduzirá à Terra Santa e os colocará diante do último segredo do Novo Testamento. A verdadeira identidade de Cristo.
Baseando-se em informações históricas genuínas, José Rodrigues dos Santos confirma-se nesta obra excepcional como o grande mestre do mistério. Mais do que um notável romance, O Último Segredo desvenda-nos a chave do mais desconcertante enigma das Escrituras.

Excerto
«A inspectora esboçou um esgar inquisitivo.
“Erros? Que erros?”
O historiados susteve-lhe o olhar.
“Não sabia? A Bíblia contém muitos erros.”
“O quê?”
Tomás girou a cabeça em redor, procurando certificar-se de que ninguém o escutava. No fim de contas encontrava-se em pleno Vaticano e não queria desencadear nenhum incidente. Viu dois sacerdotes junto à porta que conduzia à Leonina, um deles devia ser o prefetto da biblioteca, mas concluiu que a distância era suficientemente grande e não corria o risco de ser escutado.
Inclinou-se, mesmo assim, para a sua interlocutora e numa postura de conspirador preparou-se para partilhar com ela um segredo com quase dois milénios.
“São milhares de erros a infectar a Bíblia”, murmurou. “Incluindo fraudes.”»

Críticas de imprensa
«Melhor do que Dan Brown.» Tros Nieuwsshow, Holanda


Outubro, 1975. Quando o avião levantou voo deixando para trás a baía de Luanda, Carlos Jorge tentou a todo o custo controlar a emoção. Em Angola deixava um pedaço de terra e de vida. Acompanhado pela mulher e filhos, partia rumo ao desconhecido. A uma pátria que não era a sua. Joana não ficou indiferente ao drama dos passageiros que sobrelotavam o voo 233. O mais difícil da sua carreira como hospedeira. No meio de tanta tristeza, Joana não conseguia esquecer o olhar firme e decidido de Carlos Jorge. Não percebia porquê, mas aquele homem perturbava-a profundamente. Despertava-a para a dura realidade da descolonização portuguesa e para um novo sentimento que só viria a ser desvendado vinte anos mais tarde. Foram milhares os portugueses que entre 1974 e 1975 fizeram a maior ponte área de que há memória em Portugal. Em Angola, a luta pelo poder dos movimentos independentistas espalhou o terror e a morte por um país outrora considerado a jóia do império português. Naquela espiral de violência, não havia outra solução senão abandonar tudo: emprego, casa, terras, fábricas e amigos de uma vida.

Livro recomendado no programa de Português do 8º ano de escolaridade, destinado a leitura orientada na sala de aula - Grau de Dificuldade III.

O Mundo da infância foi assim, para Sophia, além do Porto e da Granja, das tradições nórdicas e da língua portuguesa, o caminho para um encontro aos doze anos com Homero e a luz mediterrânica, a nostalgia do «divino como convém ao real», tornando-a «uma mistura de Norte e Sul».
(Miguel Serras Pereira In Jornal de Letras)


Livro recomendado para os 7º, 8º e 9º anos de escolaridade, destinado a leitura autónoma.



Sinopse


«Pode ser que a mãe tenha pedido a esse pássaro para ir ter contigo à tua sala, para te fazer companhia...
A ideia era boa demais, mas tão apetecível que não resisti a perguntar:
- Achas que a Mãe, agora, pode falar com os pássaros, Clara?...
- Porque é que não há-de poder? Ela não está no Céu? Os pássaros não andam por lá também? Então?!
Os olhos encheram-se-me de lágrimas da mais pura alegria.»
Da cumplicidade entre duas irmãs e da sua capacidade para enfrentar a mais difícil situação das suas vidas se faz este livro escrito com a mestria e a sensbilidade a que nos habituou Maria Teresa Maia Gonzalez.



Plano Nacional de Leitura - Para alunos do Pré- Escolar, 1º e 2º anosLivro recomendado para projetos relacionados com o Natal.
A propósito do Natal surge esta coleção de livros que, para além do gosto pela leitura, promovem o raciocínio e a destreza manual.
Em cada livro há cinco puzzles, e cada puzzle retrata uma determinada etapa da história, oferecendo assim à criança uma perspetiva diferente sobre a mesma.